sábado, 4 de setembro de 2010

Auto - retrato



Sempre achei chato ler poesias...
Sempre achei de uma sensibilidade falsa essa de recitar poesias, e escrever tudo o que "vêm do coração", em um tipo de texto de métrica já delimitada... Tipo, rimas, número de frases, estrofes "etecétera e tal"...
Como pode o suposto coração se expressar de forma tão limitada?
Eu odeio grosseria...
Me sinto mal pela grosseria alheia... Dá uma impressão de desconhecimento de civilização. Daí essa estranha sensação de mal estar diante de um ato grosseiro, me leva à ser educada de mais, e as vezes até sem necessidade... Tipo: Por favor, você pode me emprestar minha caneta? Outro dia, eu estava na fila do banco, - muitos officie boys, gestantes, idosos, deficientes físicos, gente parindo e todo o tipo de pessoas que tinha o direito de passar à minha frente - e um cara saudável, de aproximadamente trinta anos, alto, pesando quase uns 100 quilos, com pinta de rato de academia, CPF n°: 123.456.789-10 e RG 12.345.678-9, pisou demoradamente sobre o meu pé causando-me muita dor...
- AAAAAiiiiii, você pisou no meu pé! sorry...
Eu nunca pensei que eu tivesse a capacidade de escutar música sertaneja romanticazinha, e tipo, várias e várias vezes...
Eu sempre fui do tipo de pessoa chatíssima pra música, Sabe daquelas que só escuta coisas que nenhuma pessoa ocupada o bastante na vida conhece? Pois é. Eu fui fã de Lush aos 8 anos de idade... E pouco tempo atrás eu ficava horas em frente ao pc procurando bandas de folk-lounge francesas, que se inspiravam em instrumentos indianos para compor álbuns...
Eu fiquei muito sensível à certas coisas depois de refletir a lot, sobre o rumo que tomou a vida de um ex professor meu... Esse foi o cara que esculpiu a frase "Sair do senso comum" na minha cabeça... Quando eu enfim for uma cientista religiosa com meu doutorado em antropologia da religião em mãos, eu publico meu primeiro artigo sobre o assunto com uma nota de agradecimento à esse cara por ter feito parte da minha formação...
Eu costumo responder à situações e frases que eu escuto, com alguma coisa que esteja vagueando na minha cabeça... Exemplo: Sempre que vejo aquela florzinha vermelha - acho que de veludo - da Tamiris, de colocar no cabelo, eu me lembro acho que da primeira cena do Kama Sutra: A Tale Of Love, em que a Maya vê a explicação de uma parte do livro Kama Sutra, por uma professora de dança, que percorre os pés de uma de suas alunas com uma flor e tal... É, acontece coisas estranhas na minha imaginação à toda hora...
Eu gosto de lugares arejados e que ventem bastante... Eu gosto de tomar chá na minha varanda, Eu acho que uma das coisas com as quais eu tive uma identificação maior até hoje foi com o Le Tone...
Eu gosto muito mesmo do Le Tone...
Eu sempre acho que termino meus textos de forma vazia, cliché e previsível...


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